segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Reflexão Sobre o Aquecimento Global

O mundo está passando por um processo de degradação sem precedentes. E aí a natureza tem reagido de maneira sábia, porém, dolorosa. Ela clama a seu único aliado, o homem, por uma atenção de respeito e compromisso com o que se tem de mais precioso, a vida.
É necessário um processo educativo de qualidade para que o homem entenda a importância da harmonia da natureza. Feri-la na sua infinita dimensão é atingir também os seres vivos. O iminente aquecimento global está assustando o mundo inteiro e tirando o sono dos ambientalistas e dos estudiosos. Praias, florestas, rios, animais e mares estão sendo efetivamente prejudicados pelo próprio homem. Urge o apoio e a unidade de todos que tenham boa vontade e interesse em lutar por um planeta saudável.
Só não vê quem não quer! O clima mudou, as geleiras derretem, o nível do mar está aumentando, o inverno não é mais inverno e o verão está cada vez mais quente. É uma pena, pois, infelizmente não há mais garantia de que as futuras gerações tenham acesso a recursos tão abundantes quanto já se teve um dia. Pior: é provável que nem mesmo cheguem a conhecer a exuberância de muitas espécies da fauna e da flora das diversas regiões da terra.
Apela-se aos professores que são formadores de opinião uma dedicação exclusiva para uma reflexão urgente do assunto de primeira página. Imprescindível também é o apoio das donas de casa na luta pela continuação da vida. Agora é a hora de você, de todos nós mudarmos de hábitos e atitudes em relação à mãe terra.

Lindinalva P.S.de Almeida

Mensagem Natalina

"Hoje nos encontramos numa fase nova na humanidade. Todos estamos regressando à Casa Comum, à Terra: os povos, as sociedades, as culturas e as religiões. Todos trocamos experiências e valores. Todos nos enriquecemos e nos completamos mutuamente. (...)
(...) Vamos rir, chorar e aprender. Aprender especialmente como casar Céu e Terra, vale dizer, como combinar o cotidiano com o surpreendente, a imanência opaca dos dias com a transcendência radiosa do espírito, a vida na plena liberdade com a morte simbolizada como um unir-se com os ancestrais, a felicidade discreta nesse mundo com a grande promessa na eternidade. E, ao final, teremos descoberto mil razões para viver mais e melhor, todos juntos, como uma grande família, na mesma Aldeia Comum, generosa e bela, o planeta Terra."
Casamento entre o céu e a terra. Salamandra, Rio de Janeiro, 2001.p.09.
Leonardo Boff

A equipe do NGA deseja a todos
que fazem a FCAP, Boas Festas e
um Ano Novo bastante iluminado!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009



Vídeo que fiz a minha terra amada: Custódia.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Crise Ambiental

Imagino um mundo melhor para minha posteridade, mas isso só será possível se não ficarmos adiando para amanhã o que pode ser feito hoje, pois o tempo urge.

Cordel e Comunicação de Massa

Sempre gostei muito da literatura de cordel por ter uma linguagem acessível, hoje muito utilizada nas escolas no processo de ensino-aprendizagem. Vejam e avaliem.

sábado, 24 de outubro de 2009


A CARTA DO CHEFE INDÍGENA SEATTLE (1824)


Resposta do cacique Seattle ao presidente americano F. Pierce que tentava comprar as suas terras. Um exemplo sublime de consciência holistíca e ecológica. Uma denúncia à ganância do homem branco, cioso de seu intelecto . Um grito contra a injustiça dos que pensam ter o direito sobre a terra, excluindo seus semelhantes e outros seres vivos. Um apelo ao humanismo:

"O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro: o animal, a árvore o homem, todos compartilham o mesmo ar. Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como um homem agonizante há vários dias, é insensível ao (seu próprio) mau cheiro. (...)
Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se nós decidirmos aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais desta terra como seus irmãos
O que é o homem sem os animais? Se os animais se fossem, o homem morreria de uma solidão de espirito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma lição em tudo. Tudo está ligado.
Vocês devem ensinar às suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com a vida de nosso povo. Ensinem às suas crianças o que ensinamos às nossas: que a terra é nossa mãe. Tudo o que acontecer a terra acontecerá também aos filhos da terra. Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos.
Disto nós sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem é que pertence à terra. Disto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo.
O que ocorre com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não teceu a teia da vida: ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizermos ao tecido, fará o homem a si mesmo.
Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala como ele de amigo para amigo, não pode estar isento do destino comum. É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos. De uma coisa estamos certos ( e o homem branco poderá vir a descobrir um dia): Deus é um só, qualquer que seja o nome que lhe dêem. Vocês podem pensar que O possuem, como desejam possuir nossa terra; mas não é possível. Ele é o Deus do homem e sua compaixão é igual para o homem branco e para o homem vermelho. A terra lhe é preciosa e feri-la é desprezar o seu Criador. Os homens brancos também passarão; talvez mais cedo do que todas as outras tribos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos.
Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente iluminados pela força de Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial lhes deu o domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios sejam todos domados, os recantos secretos das florestas densas impregnados do cheiro de muitos homens, e a visão dos morros obstruídas por fios que falam. Onde está o arvoredo? Desapareceu. Onde está a água? Desapareceu. É o final da vida e o início da sobrevivência.
Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa idéia nos parece um pouco estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível comprá-los.
Cada pedaço de terra é sagrado para o meu povo. Cada ramo brilhante de pinheiro, cada punhado de areia das praias , a penumbra da floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e experiência do meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho...
Essa água brilhante que escorre nos riachos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. Se lhe vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada, e devem ensinar às suas crianças que ela é sagrada e que cada reflexo nas águas nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz dos meus ancestrais.
Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhe vendermos nossa terra vocês devem lembrar e ensinar para seus filhos que os rios são nossos irmãos e seus também. E, portanto, vocês devem, dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão.
Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção de terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra tudo que necessita. A terra, para ele, não é sua irmã, mas sua inimiga e, quando ele a conquista, extraindo dela o que deseja, prossegue seu caminho. Deixa para traz os túmulos de seus antepassados e não se incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa...Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.
Eu não sei... nossos costumes são diferentes dos seus. A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez porque o homem vermelho seja um selvagem e não compreenda.
Não há um lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar de folhas na primavera ou o bater de asas de um inseto. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não compreendo. O ruído parece somente insultar os ouvidos. E o que resta de um homem, se não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa, à noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros.

Leônia Pinto Simões
24/10/09